O Relógio Quebrado

 

O Relógio Quebrado

Um conto filosófico sobre caos, injustiça e a ausência de equilíbrio na vida
Ele sempre acreditou que a vida fosse como um relógio: cada esforço, cada ato de bondade, um ponteiro se movendo na direção certa.

Como se houvesse um mecanismo secreto que recompensasse quem mantivesse o coração limpo e fiel às regras. Só que os anos passaram, e ele percebeu que o relógio estava quebrado.

Um amigo morreu jovem, honesto, cheio de sonhos, como se o tempo tivesse se cansado dele cedo demais. Já um empresário cruel, ao contrário, parecia ganhar mais vigor a cada mentira, cada fraude, cada golpe. 

O relógio, se ainda existia, batia para uns e se calava para outros, sem ordem, sem lógica, como uma máquina que perdeu a função e nunca mais se preocupou em ser justa.
Numa noite, ele sonhou com esse relógio. Estava num salão vazio, onde uma peça gigante ocupava o centro, com engrenagens douradas e ponteiros tortos.

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 Cada engrenagem girava em direções opostas, sem ritmo, como se zombasse da própria ideia de tempo. Ele tentou encaixar uma peça, mover um ponteiro, arrumar o que parecia desajustado. 

Mas a cada tentativa, o relógio cuspia fagulhas, como se rejeitasse qualquer conserto.
“Não há concerto para o caos”, murmurou uma voz invisível.
Ele caiu de joelhos, entendendo que não havia manual, que o relógio nunca prometeu justiça. 

Era apenas uma máquina surda, rodando peças ao acaso, esmagando uns, poupando outros, sem critério algum.

E, no entanto, havia algo hipnótico naquele tic-tac quebrado. Como se, apesar de tudo, ainda fosse necessário levantar todo dia e dar corda, mesmo sabendo que nunca marcaria a hora certa. 

Porque viver talvez não fosse sobre esperar justiça — mas sim caminhar ao som de um relógio que nunca funcionou.


Por: LegendZilla.

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