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Mostrando postagens de outubro 5, 2025

O Horizonte Que Nunca Chega - Um conto sobre persistência, desilusão e a percepção de que o sentido pode ser apenas o próprio caminhar

  O Horizonte Que Nunca Chega Um conto sobre persistência, desilusão e a percepção de que o sentido pode ser apenas o próprio caminhar O horizonte parecia sempre distante, como uma linha que se afastava à medida que eu avançava. Por anos, acreditei que se esforçar, agir corretamente, ser bom e justo, me aproximaria de algo maior — reconhecimento, paz, recompensa.  Mas a cada passo, percebia que o mundo não funcionava assim. O horizonte continuava longe, indiferente, como se zombasse do esforço humano. Caminhei por estradas vazias, sentindo o peso de cada decisão, cada escolha correta que parecia não resultar em nada. Vi pessoas errar, trapacear, prejudicar outros, e ainda assim avançar, prosperar, sorrir. E eu, seguindo minhas convicções, colecionava cicatrizes invisíveis, pequenas derrotas, lembranças de que a justiça não é automática, nem a vida lógica. Sentei-me à beira de um penhasco, olhando para o horizonte que parecia inalcançável. Era vertigem pura, mas também clar...

O Último Farol - Um conto sobre esperança frágil, sobrevivência e a luta em meio ao caos

  O Último Farol Um conto sobre esperança frágil, sobrevivência e a luta em meio ao caos A cidade estava mergulhada em trevas, mas havia um farol ao longe, quase apagado, tentando iluminar o caminho. Por anos, acreditei que seguir sinais, agir corretamente, manter a integridade, traria algum tipo de recompensa ou clareza. Hoje, via que o farol era tênue, que o mundo ao redor estava desordenado, injusto, indiferente ao esforço de quem tentava fazer o certo. Caminhei pelas ruas silenciosas, sentindo o peso de cada passo. Vi injustiças acontecendo diante de mim, e não havia ninguém para corrigir, ninguém para recompensar. A vida não entregava equilíbrio, não punia os maus nem protegia os bons. E ainda assim, algo dentro de mim dizia que era preciso continuar, que mesmo no caos havia um caminho a seguir, mesmo que o farol mal iluminasse o próximo degrau. Sentei-me na calçada, observando a luz vacilante. Ela parecia rir da minha esperança, lembrando-me de todos os sonhos perdidos, d...

O Silêncio dos Olhos - Um conto sobre percepção, dor invisível e a sensação de carregar o mundo sozinho

  O Silêncio dos Olhos Um conto sobre percepção, dor invisível e a sensação de carregar o mundo sozinho Caminhei pela cidade e notei que ninguém realmente olhava. Não com atenção, não com profundidade. Os olhos das pessoas passavam por mim como janelas fechadas, bloqueando qualquer contato. Durante anos, acreditei que fazer o bem, ser correto, seria percebido, recompensado de alguma forma.  Hoje, percebia que nada disso importava. O mundo parecia indiferente, e a justiça, se existia, estava escondida atrás de véus que ninguém podia levantar. Sentei-me em um banco de praça, observando a multidão que corria apressada, rindo, discutindo, ignorando os pequenos detalhes que poderiam importar. Vi gestos de bondade passarem despercebidos e atos cruéis serem celebrados, ou pelo menos tolerados. Cada olhar que não se encontrava comigo era um lembrete de que viver corretamente não garantia nada além do próprio esforço. Fechei os olhos e tentei sentir alguma verdade dentro de mim. A ...

O Labirinto Silencioso - Um conto sobre escolhas, solidão e a sensação de estar perdido sem saída

  O Labirinto Silencioso Um conto sobre escolhas, solidão e a sensação de estar perdido sem saída Acordei em um labirinto que não lembrava de ter entrado. As paredes eram altas, cobertas de sombras que pareciam se mover conforme eu passava. Cada corredor me oferecia uma escolha, cada encruzilhada prometia direção e ao mesmo tempo escondia armadilhas invisíveis. Por anos, pensei que seguir regras e agir corretamente abriria caminhos claros. Mas naquele lugar, nada era certo. O justo e o injusto caminhavam lado a lado, indistintos aos olhos do destino. Andei por corredores silenciosos, sentindo o eco dos meus próprios passos. Lembranças de amigos perdidos, sonhos destruídos, oportunidades desperdiçadas — tudo se misturava à sensação de que nada do que eu fazia realmente importava. A vida, percebi, não oferecia mapas ou sinais claros. Apenas escolhas, e cada uma carregava o risco de fracasso ou dor, independente do esforço ou da intenção. Em um dos corredores, vi uma porta aberta ...

A Escada Sem Fim - Um conto sobre esforço inútil, destino incerto e a luta de continuar mesmo sem garantia

  A Escada Sem Fim Um conto sobre esforço inútil, destino incerto e a luta de continuar mesmo sem garantia Subi a escada sentindo o peso de cada degrau como se fosse feito de pedra fria, cada um um lembrete do esforço que a vida exigia e da incerteza que seguia comigo. Por anos, acreditei que subir significava conquistar, que cada passo dado com honestidade e dedicação me aproximaria de algo melhor. Hoje, olhei para cima e vi que a escada parecia não ter fim. Cada degrau conquistado se multiplicava em outros dez à frente, invisíveis e impossíveis de alcançar. Lembrei de quantas vezes tentei fazer o certo: apoiar alguém, agir com justiça, manter a integridade. Mas nada parecia ter efeito. O mundo parecia indiferente, e aqueles que menos se importavam com regras, ética ou bondade, subiam com facilidade, sorrindo enquanto eu arrastava meus pés cansados. A justiça, percebi, talvez nunca existira, ou talvez existisse em algum plano que ninguém podia ver. Sentei-me em um degrau, a re...

O Eco das Promessas - Um conto sobre desilusão, expectativas quebradas e o peso de acreditar na justiça

  O Eco das Promessas Um conto sobre desilusão, expectativas quebradas e o peso de acreditar na justiça Andar por aquela rua estreita era ouvir os próprios passos repetindo-se como ecos vazios. Cada pedra sob meus pés parecia contar histórias que não me pertenciam: amigos perdendo tudo sem motivo, canalhas prosperando sem esforço, promessas feitas e imediatamente quebradas.  Por anos, acreditei que o mundo recompensava quem fazia o certo, que a bondade tinha retorno, que a justiça era um fio que conectava ações a consequências. Hoje, percebia que tudo isso era apenas um eco — som sem sentido, vazio. Vi uma mulher cair em frente a um carro que não freou, e ninguém correu para ajudá-la. Lembrei das vezes em que tentei salvar alguém, tentar corrigir erros alheios, e que nada mudava.  A vida parecia rir de todas as tentativas de agir corretamente, como se cada gesto fosse apenas mais uma nota perdida em um canto esquecido. Tudo que acreditava estava desmoronando, e o eco d...

A Ponte Invisível - Um conto sobre solidão, destino e a sensação de atravessar a vida sem garantia

  A Ponte Invisível Um conto sobre solidão, destino e a sensação de atravessar a vida sem garantia Caminhar era sempre atravessar uma ponte que ninguém via, uma estrutura invisível que sustentava passos sobre o vazio. Ele nunca sabia quando chegaria ao fim, ou se chegaria. Cada degrau, cada laje imaginária, parecia instável, rangendo sob o peso da vida e das escolhas que fez.  Tentou se convencer de que a bondade seria reconhecida, que o esforço traria recompensa. Mas, quanto mais caminhava, mais a certeza de que tudo era em vão se infiltrava em seus ossos. Viu pessoas atravessarem a ponte sem medo, sorrindo, ganhando o mundo com golpes, mentiras ou pura sorte. Ele, ao contrário, sentia cada passo como se andasse sobre vidro fino, prestes a quebrar a qualquer momento.  Lembrava-se de todos os atos corretos, de todas as vezes que ajudou e não recebeu nada em troca. A ponte parecia zombar dele, lembrando que nada no mundo seguia regras justas. O vento soprou frio, carre...

O Caminho das Sombras - Um conto sobre escolhas, injustiça e a ilusão de controle sobre a própria vida

O Caminho das Sombras Um conto sobre escolhas, injustiça e a ilusão de controle sobre a própria vida Caminhar parecia sempre a mesma coisa: passos em vão, ruas que se repetiam como se a cidade tivesse esquecido de si mesma, e o vento frio que trazia o cheiro de abandono e descaso. Ele sentia cada pedra sob os pés como um lembrete silencioso de que, não importa o quanto se esforçasse, nada do que fazia mudava o mundo ao redor. Lembrava-se de cada decisão que acreditou ser certa. Socorreu pessoas, defendeu quem precisava, guardou a verdade quando outros preferiram mentir, e ainda assim se viu diante do caos. O mundo não tinha lógica, e nem recompensava a bondade; muitas vezes, punia. Amigos sinceros desapareciam cedo, enquanto enganadores e manipuladores prosperavam sem esforço, sem remorso. A justiça, pensou, talvez fosse apenas um conceito inventado para nos enganar. Ele entrou em um beco escuro, onde o silêncio parecia mais pesado que o próprio ar. Cada sombra parecia observá-lo, ...

A Cidade Sem Nome - Um conto filosófico sobre injustiça, caos e a sensação de caminhar sem rumo

  A Cidade Sem Nome Um conto filosófico sobre injustiça, caos e a sensação de caminhar sem rumo Caminhei por ruas que não tinham nome, prédios que pareciam erguidos apenas para me lembrar do absurdo da vida. Cada esquina era uma repetição de dor: gente correndo atrás de poder, de dinheiro, de fama, enquanto outros caíam sem que ninguém notasse.  Tentei acreditar que se fosse correto, se fosse bom, encontraria algum sentido, alguma luz no fim. Mas tudo que encontrei foram sombras longas e sussurros vazios. Passei por um beco e vi um garoto tentar ajudar um idoso a atravessar. O idoso tropeçou, caiu, e ninguém se aproximou para ajudar. Um homem ao lado, sorrindo por ter enganado outro, passou sem nem olhar.O mundo não distribuía justiça, não punia os errados, não recompensava os justos.  Era só um ciclo infinito de escolhas e consequências aleatórias, indiferentes ao esforço humano. Sentei no chão, encostado em uma parede fria, e percebi que a cidade não existia apenas ...

O Espelho Partido - Um conto sobre identidade, vazio e a sensação de que nada tem recompensa

  O Espelho Partido Um conto sobre identidade, vazio e a sensação de que nada tem recompensa Olhei para o espelho e, por um instante, a imagem não parecia minha. Não era só o cansaço, as olheiras fundas ou a boca sem expressão. Era algo além: como se o reflexo tivesse se cansado de fingir que valia a pena. Passei anos acreditando que ser correto era como acumular pontos invisíveis, uma moeda secreta que mais cedo ou mais tarde se transformaria em justiça.  Trabalhei em silêncio, evitei conflitos, cedi quando poderia ter lutado. Mas o espelho hoje me devolveu a conta: nada mudou, nada melhorou, ninguém apareceu para recompensar a paciência. De repente, vi uma rachadura atravessar o vidro. Primeiro fina, depois mais larga, até cortar meu rosto em dois. De um lado, o eu que acreditava em sentido, que esperava do mundo uma ordem secreta.  Do outro, o eu que apenas ria da própria ingenuidade, que via a vida como um jogo injusto onde os canalhas prosperam e os justos coleci...

O Relógio Quebrado

  O Relógio Quebrado Um conto filosófico sobre caos, injustiça e a ausência de equilíbrio na vida Ele sempre acreditou que a vida fosse como um relógio: cada esforço, cada ato de bondade, um ponteiro se movendo na direção certa. Como se houvesse um mecanismo secreto que recompensasse quem mantivesse o coração limpo e fiel às regras. Só que os anos passaram, e ele percebeu que o relógio estava quebrado. Um amigo morreu jovem, honesto, cheio de sonhos, como se o tempo tivesse se cansado dele cedo demais. Já um empresário cruel, ao contrário, parecia ganhar mais vigor a cada mentira, cada fraude, cada golpe.  O relógio, se ainda existia, batia para uns e se calava para outros, sem ordem, sem lógica, como uma máquina que perdeu a função e nunca mais se preocupou em ser justa. Numa noite, ele sonhou com esse relógio. Estava num salão vazio, onde uma peça gigante ocupava o centro, com engrenagens douradas e ponteiros tortos. Seu emocional é fraco? Veja como ter um Emocional Blindado...

Entre Duas Portas

  Entre Duas Portas Ele não lembrava exatamente quando começou a sentir que o mundo era um palco sujo. Talvez tenha sido no enterro do amigo, aquele que morreu tentando salvar uma criança e que, em troca, ganhou apenas silêncio e uma cova rasa. Talvez tenha sido no dia em que viu na televisão um homem sorrindo com correntes de ouro, rico por crimes que nunca pagou. Ou talvez tenha sido apenas a soma de todos os dias, cada um mais amargo que o outro. Naquela noite, ele sonhou com um corredor. Um espaço estreito, frio, com o chão rachado como se tivesse sido feito às pressas. À esquerda, uma porta de ferro escuro, de onde vinha um riso debochado, o riso do acaso. À direita, uma porta branca demais, quase brilhando, mas que não emitia som algum — apenas um silêncio pesado, autoritário. No meio, ele. Tenha a Auto Estima Blindada: Veja mais aqui! O riso o chamava. Dizia que tudo era sorte, que nada importava, que a bondade era apenas uma fantasia inventada para manter os fracos ocup...

Sonhei com Meus Dentes Caindo: Perdi Algo que Nunca Volta

  Sonhei com Meus Dentes Caindo: Perdi Algo que Nunca Volta. Sonhei que meus dentes estavam soltos. Não caíram de uma vez, nem com violência. Só… estavam moles. Frágeis. Acordei dentro do sonho com a boca estranha, pesada. Fui até o espelho e sorri. No reflexo, meu sorriso ainda tava lá, mas tremia . Comecei a tocar um por um com a língua. Eles balançavam como se fossem folhas prestes a cair no outono. Um deles caiu. Depois mais dois. Nenhum sangue. Nenhuma dor. Só um buraco seco, fundo, silencioso. Tentei segurar os dentes na palma da mão. Pequenos, brancos, perfeitos… meus . Mas enquanto segurava, eles começavam a desfazer . Viravam pó. Pó fino, como se nunca tivessem existido de verdade. Corri pelo sonho tentando achar um dentista, um espelho que dissesse a verdade, uma resposta. Todo mundo sorria pra mim — com dentes demais. Sorrisos largos demais. Como se zombassem da minha perda. Pedi ajuda. Mas minha voz saía fraca, vazando entre os buracos da gengiva como vento p...

Sonhei com uma Cidade Vazia: Quando Tudo Parou e Só Eu Acordei

  Sonhei com uma Cidade Vazia: Quando Tudo Parou e Só Eu Acordei. Sonhei com uma cidade. Sem nome, sem placas, sem céu. Eu estava lá, mas não sabia por quê. Caminhava por ruas que pareciam familiares, mas cada esquina era mais estranha que a anterior. Os prédios eram altos demais, retos demais. As janelas todas fechadas. Nenhum som. Nenhum vento. Só silêncio. A luz era meio cinza, como se o sol estivesse preso atrás de um vidro sujo. E o pior: não havia ninguém . Nenhuma alma. Nenhuma voz. Nem sombra. Comecei a andar. Chamei por alguém, qualquer um. A voz ecoou nos prédios, mas voltou pra mim sem resposta. Entrei em lojas, casas, supermercados. Tudo limpo. Tudo arrumado. Nada quebrado. Era como se as pessoas tivessem ido embora cinco minutos antes de eu chegar. Ou talvez nunca tivessem existido. Os relógios não se mexiam. Os semáforos ficavam no vermelho pra sempre. Até os pássaros estavam congelados no céu — pairando sem bater asas. Então olhei pra mim mesmo numa vitrine....