Não é que eu esteja mal… é que eu não tô sentindo nada
“Tem dias que eu só existo. Não penso, não sinto, só me arrasto de tarefa em tarefa.”
É como se eu tivesse desligado alguma parte de mim, só pra conseguir continuar sem colapsar de vez.
“Já não sei se tô triste ou se só não me importo mais.”
A dor virou rotina, e a rotina virou um escudo. Agora tudo passa por mim sem deixar rastro.
“É estranho não sentir mais nada pelas coisas que antes me faziam vibrar.”
As músicas perderam o impacto, os lugares perderam cor, as pessoas perderam profundidade.
“Viver anestesiado parece seguro. Mas também é solitário.”
Você não sente a dor como antes, mas também não sente alegria. Só um silêncio morno por dentro.
“Tô aqui, mas não tô inteiro. Só um reflexo, só a casca.”
As emoções pararam de transbordar e agora só escorrem em gotas secas, imperceptíveis até pra mim.
“É como se eu tivesse me desconectado da vida sem perceber.”
As conversas viraram ruídos. As notícias parecem distantes. Até o toque de alguém parece não me alcançar.
“Parei de me importar não por frieza, mas por sobrevivência.”
Me importar me machucava. Então parei. E agora não sei mais como voltar a sentir com verdade.
“O vazio não é silêncio. É um eco que repete que nada mais importa.”
Não é paz. Não é calmaria. É o tipo de ausência que pesa mais do que qualquer caos barulhento.
“As pessoas falam comigo, mas parece que tão falando com outra versão de mim.”
Uma versão que responde, sorri, concorda. Mas que não sente nada do que demonstra.
“Me perdi em alguma parte do caminho e agora só sigo por inércia.”
Não sei mais o que eu quero. Não sei mais o que eu gosto. Eu só vou... esperando algo mudar.
“Tô cansado de fingir conexão.”
Fingir que me importo, que tô prestando atenção, que tô aqui de verdade. Quando por dentro, tô em outro lugar.
“É como se eu tivesse colocado tudo em modo avião.”
Sem receber, sem transmitir, só flutuando num espaço onde tudo parece longe demais pra tocar.
“O mais difícil não é sentir dor. É não sentir absolutamente nada.”
Porque a dor te lembra que você ainda tá vivo. O vazio te faz duvidar até disso.
“Tô vivendo no rascunho. Nada é definitivo, nada é real.”
Como se eu estivesse testando minha própria existência sem nunca conseguir salvar a versão final.
“A vida continua, mas eu parei em algum ponto e fiquei ali, quieto.”
Observando tudo passar, esperando algo me puxar de volta. Mas ninguém percebe que eu tô ausente.
🖤 Nem sempre o pior sentimento é a tristeza. Às vezes, é não sentir nada.
O vazio não grita, não chora, não faz cena. Ele só te consome em silêncio.  
E o mais cruel disso tudo é que, enquanto o mundo cobra reações, sorrisos, produtividade… você tá aí, travado por dentro, tentando lembrar como era viver com emoção.  
Essa apatia emocional não é falta de vontade. É excesso de feridas não curadas, de dores abafadas, de sonhos engavetados.  
Às vezes, desligar é só a forma que o corpo encontra pra continuar existindo sem quebrar de vez.
Mas saiba: mesmo no modo automático, você ainda tá aqui.  
E isso, por agora, já é resistência suficiente.

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