Ela acordou… e eu não fazia mais parte do plano

 Ela acordou, e eu não fazia mais parte do plano




Eu lembro até hoje da última manhã.
Ela me olhou como quem olha pra um estranho familiar.
Como quem reconhece o rosto, mas não sente mais nada por trás da imagem.
E tudo desabou em silêncio.

Não teve briga.
Não teve choro.
Só um “a gente precisa conversar” seco, como se as palavras que vieram depois fossem parte de um script que ela já tinha ensaiado sozinha há dias.

E eu ali, feito idiota, tentando entender em que momento deixei de ser futuro e virei peso.

Ela dizia que mudou.
Que precisava de outras coisas.
Outros ares, outras rotinas, outros mundos que não incluíam mais o meu nome.
E o pior?
Ela falava com leveza.
Como se o amor que eu carregava fosse uma coisa descartável.
Como se a gente fosse só um capítulo qualquer do livro da vida dela.

Mas o que me matou mesmo foi perceber que ela já tinha se despedido de mim por dentro fazia tempo.
A conversa só foi o fechamento burocrático do fim.
Porque emocionalmente… ela já tinha ido embora semanas antes.
E eu, cego, ainda fazia planos pra gente no fim de semana.

A real é que eu aprendi do jeito mais cruel:
nunca se apegue demais.
Porque pessoas mudam.
Pessoas se vão.
E às vezes, a pessoa que você ama acorda com um plano de vida onde você simplesmente não cabe mais.

E não é sobre ser ruim.
É sobre ser desnecessário.
Ela não me odiava.
Só não precisava mais de mim.

E isso, meu amigo, dói mais do que qualquer grito.
Dói mais do que traição.
Porque é o tipo de adeus que vem com carinho, mas também com indiferença.

Desde então, eu não me apego.
Não por frieza.
Mas por auto-preservação.
Porque se amar é se doar…
Hoje eu prefiro entregar pedaços pequenos.
Porque já perdi demais tentando ser tudo pra alguém que, no fim, queria nada.


Por: LegendZilla.


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