Acordar com o peso do mundo nas costas
Acordar com o peso do mundo nas costas.
Tem dias em que o despertador toca e o corpo responde, mas a alma continua pesada, presa num lugar que o sol de manhã não consegue iluminar. Acordar não é só abrir os olhos; é sentir o peso do mundo se acomodar nos ombros, como se cada tarefa, cada cobrança, cada lembrança negativa fosse uma mochila cheia demais para carregar.
Você levanta, mas parece que o chão some por um instante. O reflexo no espelho mostra alguém cansado, com olheiras que não desaparecem com uma noite de sono, com um sorriso que parece forçado — um sorriso de quem já acordou querendo desistir, mas não pode. A vida não dá pausa, e o relógio não perdoa quem se perde no tempo.
É difícil explicar essa sensação. Você tenta falar, mas as palavras parecem pequenas demais para o que sente. As pessoas ao redor dizem “vai passar”, “é só um momento”, “anima aí”. Mas ninguém vê que esse momento é mais do que um segundo, é um peso acumulado que carrega dias, semanas, meses. Uma tristeza que não tem nome, um cansaço que não é físico, mas da alma.
A mente começa a girar: “Será que eu estou fazendo o suficiente? Será que algum dia isso vai melhorar? Por que parece que eu tô sozinho nessa?” A sensação de invisibilidade cresce, mesmo rodeado de gente. Você se sente isolado, perdido dentro de si mesmo, como se fosse uma ilha cercada por um mar de emoções que ninguém consegue atravessar para chegar até você.
Mas mesmo com tudo isso, a vida insiste em continuar. Você sabe que precisa levantar, mesmo que seja só para provar para si mesmo que ainda tem forças, que ainda existe uma parte sua que não desistiu completamente. É essa parte, pequena e silenciosa, que segura as pontas. Que segura você.
Acordar com o peso do mundo nas costas não é fácil, mas é a realidade de muitos que enfrentam batalhas invisíveis todos os dias. A força não está em não sentir nada, mas em continuar mesmo quando tudo pesa demais. E é nessa luta silenciosa que mora a verdadeira coragem.
Por: LegendZilla.
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