Reflexões sobre solidão e vazio existencial
 Reflexões sobre solidão e vazio existencial
Às vezes, eu paro e percebo o silêncio ao meu redor como um peso. Não aquele silêncio bom, tranquilo, mas o que parece sugar tudo que existe de dentro de mim. É como se o mundo estivesse lá fora, cheio de luz e movimento, e eu estivesse preso atrás de uma janela embaçada, observando, mas incapaz de tocar qualquer coisa.
Cada risada que escuto, cada conversa que passa, é como se me lembrasse de que estou separado de tudo, de todos.
A solidão não é apenas estar sozinho. É sentir que nenhum pensamento, nenhuma palavra, nenhum gesto pode preencher o espaço dentro de você que parece cada vez mais vazio.
Tento me distrair, me envolver em rotinas e tarefas, mas sempre que fecho os olhos, esse vazio me encara de volta. E dói. Não fisicamente, mas de uma forma que ninguém consegue medir, que ninguém vê.
Por um momento, me permito imaginar que essa dor é minha única companhia fiel. Ela não abandona, não se cansa de me lembrar da minha própria fragilidade. E há uma estranha sensação de conforto nisso, mesmo sabendo que deveria buscar mais. Porque, no fundo, talvez eu tenha medo de que, se eu preencher esse vazio, não vou mais reconhecer quem eu sou.
Às vezes penso se essa solidão é um castigo ou apenas uma parte de mim que insiste em existir, independente de tudo. Talvez a única maneira de sobreviver seja aprender a caminhar lado a lado com ela, sem fingir que não sente, sem tentar escapar. Aceitar que esse vazio existe, e ainda assim, continuar vivendo, respirando, sentindo.
Por: LegendZilla
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