O Último Farol - Um conto sobre esperança frágil, sobrevivência e a luta em meio ao caos
O Último Farol
Um conto sobre esperança frágil, sobrevivência e a luta em meio ao caos
A cidade estava mergulhada em trevas, mas havia um farol ao longe, quase apagado, tentando iluminar o caminho. Por anos, acreditei que seguir sinais, agir corretamente, manter a integridade, traria algum tipo de recompensa ou clareza. Hoje, via que o farol era tênue, que o mundo ao redor estava desordenado, injusto, indiferente ao esforço de quem tentava fazer o certo.
Caminhei pelas ruas silenciosas, sentindo o peso de cada passo. Vi injustiças acontecendo diante de mim, e não havia ninguém para corrigir, ninguém para recompensar. A vida não entregava equilíbrio, não punia os maus nem protegia os bons. E ainda assim, algo dentro de mim dizia que era preciso continuar, que mesmo no caos havia um caminho a seguir, mesmo que o farol mal iluminasse o próximo degrau.
Sentei-me na calçada, observando a luz vacilante. Ela parecia rir da minha esperança, lembrando-me de todos os sonhos perdidos, de todas as tentativas de agir com justiça que não resultaram em nada.
Mas também havia algo de consolador naquele brilho frágil: a lembrança de que, apesar de tudo, ainda era possível caminhar. Ainda podia escolher enfrentar a escuridão, mesmo sem garantias.
Levantei-me, respirando fundo, sentindo a exaustão e a solidão. O farol continuava lá, pequeno, distante, mas ainda presente. A vida podia não recompensar, podia não punir, podia não fazer sentido algum.
Mas cada passo que eu dava em direção à luz, cada gesto, cada ato de resistência silenciosa, era meu. E isso, percebi, era suficiente para manter a sanidade e a vontade de existir.
Enquanto avançava pela noite, a escuridão parecia menos opressora. O farol não prometia segurança, não garantia justiça, mas lembrava que ainda havia escolha. Escolher continuar, mesmo quando o mundo estava contra você, mesmo quando a vida parecia absurda, era a única forma de sobreviver sem perder a própria essência.
No fim, percebi que a verdadeira luz não estava no farol, mas na decisão de caminhar, na consciência de que cada passo dado, mesmo em um mundo injusto, era uma afirmação de existência. E enquanto a cidade permanecia em sombras, eu seguia adiante, carregando a chama frágil da própria resistência.
Por: LegendZilla.
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